A mensagem do Livro de Gênesis.
“A eleição e separação de Israel como povo pactual se deu em
um contexto de conflito entre o propósito Benevolente do Criador e a vontade
rebelde das criaturas, a quem Ele pune com justiça e restaura com amor.”
"No princípio, criou
Deus os céus e a terra."
A mensagem do Livro de Gênesis.
O Livro de Gênesis(“prepara o terreno para a plena
compreensão da fé bíblica.)
Título do
Livro
·
O título “Gênesis”, significa “começo”
pela tradução grega do Velho
Testamento, chamada Septuaginta.
·
O título hebraico e significa “no princípio”. Demonstrar o princípio do universo, do homem e do povo de Deus.
O Autor do Livro.
O autor desse livro é
Moisés. Evidências para isso tem-se encontrado:
(1) No
Novo Testamento normalmente atribui Gênesis a Moisés: indicação desse fato
é que em Jo.7.23 Jesus afirma que a circuncisão, que é apresentada em Gn.17.12,
faz parte da Lei de Moisés. Mais comum ainda no NT é a declaração do Pentateuco
como livro de Moisés
Evangelhos: 12.19, 26/ Lc.20.37/Jo.1.17, 45/7.19,
22-24/8.5.
Atos: At. 7.44/
15.5/ 28.23.
Paulo: Rm./10.19/
1Co.9.9.
Autor de Hebreus: Hb.9.19/10.28.
(2) No
Antigo Testamento também parece atribuir a autoria do Pentateuco (Tora) a
Moisés:
Livros Históricos: Js.1.7-8; 8.31-32;
1Re.2.3; 2Re.14.6; 21.8;
Ed.6.18; Ne.13.1;
Profetas: Dn.9.11-13; Ml.4.4.
O próprio Pentateuco aponta para esse fato: Ex.17.14;
24.4-8;
34.27;
Nm.33.1-2;
Dt.31.9, 22.
(3)
Além disso, o autor do Pentateuco demonstra conhecer detalhes tão particulares
da história que só uma testemunha ocular poderia saber:
Quantidades específicas de fontes e árvores (Ex.15.27)
Detalhes específicos do povo em ocasiões específicas (Nm.2.1-31)
Detalhes da alimentação (Nm.11.7-8)
(4)
O conhecimento que o autor do Pentateuco apresenta sugere não poderia ser alguém de séculos mais tarde.
·
Conhecimento da Geografia (Gn.13.10/Gn.33.17)
·
Conhecimento de costumes específicos (Gn.16.1-3/Gn.41.41-43)
·
Moisés era alguém habilitado para ter essas
informações (At.7.22)
·
Se alguém duvidar da autoria Mosaica do
Pentateuco ou de Gênesis, deve atribuir também ou falsidade ou erro, tanto dos
textos do Velho, como do Novo Testamento. Em outras palavras, os profetas,
escritores, apóstolos e o próprio Jesus Cristo deveriam ser considerados ou
falsos ou equivocados.
·
Portanto, a autoria de Gênesis é atribuída a
Moisés, mais provavelmente durante a jornada do Egito para Canaã, com o uso de
fontes que tivesse à disposição, quer orais quer escritas, debaixo do
ministério orientador do Espírito de Deus.
Estrutura e Conteúdo
do Livro
·
Do ponto de vista da história, duas categorias
são claramente reconhecidas na estrutura do livro: (1) Nos capítulos de
1.1-11.26 encontramos a história das
origens de modo geral e (2) de 11.27-50.26 lemos a história da origem do povo judeu – a história dos patriarcas.
·
John Hartley ( Ph.D é professor de Antigo Testamento na
Faculdade de Teologia.) diz: “Gênesis 1-11 é um prefácio à história
da salvação, tratando da origem do mundo, da humanidade e do pecado.
·
Gênesis 12-50 reconta as origens da história da
redenção no ato de Deus escolher os patriarcas, juntamente com as promessas da
terra, posteridade e aliança.
·
Moisés relata também o que aconteceu com à(s) pessoa(s) mencionada(s), ou seus
descendentes.(genealogia)
·
Moisés faz também um uso metafórico da palavra
“tôledôt” para expressar que os céus
foram gerados (criados) pelo Próprio Deus.Seguindo essa sugestão, podemos
observar a estrutura do livro da seguinte forma:
I. HISTÓRIA PRIMEVA(nascimento)
(Gn.1.1-11.26)
Criação do Universo
(1.1-2.3)
As gerações do céu e da terra
(2.4-4.26)
As gerações de
Adão
(5.1-6.8)
A geração de
Noé
(6.9-9.29)
As gerações dos filhos de
Noé (10.1-11.26)
II.HISTÓRIA DOS PATRIARCAS
(Gn.11.27-50.26)
As gerações de
Terá
(11.27-25.11)
As gerações de
Ismael
(25.12-18)
As gerações de
Isaque
(25.19-35-29)
As gerações de
Esaú
(36.1-43)
As gerações de
Jacó
(37.1-50.26)
Propósito
·
O propósito do primeiro livro do Pentateuco é fornecer um breve sumário da história da
revelação, desde o princípio até que os israelitas foram levados para o Egito e
estavam a ponto de se tornarem em nação teocrática.
·
De forma prática, Gênesis parece demonstrar, do
início ao fim, quem é o Deus que chamou a Moisés para liderar o Povo.
·
É nesse texto que Moisés registra YAHWEH como o Deus que é poderoso para
Criar, Julgar e Punir, Retribuir, Chamar, Restaurar e Salvar Seu povo. Gênesis
é um relato da Personalidade e Caráter de YAHWEH como Deus Poderoso, Cuidadoso,
Amoroso e Soberano.
·
ele demonstra quão longe o homem por suas forças
pode ir, enquanto que na segunda parte ele demonstra quanto Deus faz para resgatá-los.
Assim, estamos falando que, após a Criação,
·
nos primeiros 11 capítulos de Gênesis nós vemos a degradação do ser humano:
·
Na Queda vemos a soberania de Deus e a sentença de todo ser humano;
·
No Dilúvio a justa retribuição história de Deus;
e
·
em Babel
vemos a soberania de Deus na distribuição.
·
em Abraão o processo
de regeneração inicia e parece reverter a cena: Em Abraão
vemos a soberania de Deus na Eleição;
·
Em Isaque a soberania de Deus na Separação; (Ismael
era o resultado dos esforços de Abraão e Sara )
·
Em Jacó a soberania de Deus é percebida no cuidado;(
preferência de Isaque por Esaú
·
em José
vemos a soberania de Deus no controle da situação.
·
É como se
o livro tivesse sido escrito para apresentar o caráter de Deus como chefe da
Teocracia que Ele irá formar a partir de um povo exilado no Egito, retirando-os
soberanamente do domínio egípcio. É óbvio que Moisés faz isso, enquanto
registra os acontecimentos do seu povo.
Mensagem
Carlos Osvaldo(teólogo do Seminário de Dallas) sintetiza a
mensagem do livro da seguinte maneira:
“A eleição e
separação de Israel como povo pactual se deu em um contexto de conflito entre o
propósito Benevolente do Criador e a vontade rebelde das criaturas, a quem Ele
pune com justiça e restaura com amor.”
Teologia de Gênesis
Teólogo Paul House diz:
·
Retrata nitidamente Deus. Ele é que atua nesses relatos. Ele cria, julga o
pecado, chama, dirige , abençoa ,proteje e livra em todas as circunstâncias o
povo chamado Israel.
·
Se comunica com o povo alternadamente emanando ordens,
fazendo promessas e dando orientação,
·
Ele trabalha
para tirar o pecado que atribula toda a raça humana.
·
Não tem
qualquer começo, rival, limites de tempo ou espaço, falha moral, ou interesses
ocultos.
Deus é Criador ( em duas etapas que realçam a pessoa do Criador)
·
o primeiro relato aponta para um fato (há um Criador de todas as coisas)
·
o segundo relato mais específico sobre a criação
do homem apresenta o Criador como zeloso, atencioso e relacional.
·
Essa descrição de Deus é certamente uma
demonstração do Seu poder e de Seu cuidado graciosos.
·
Entretanto, é válido dizer que a descrição da criação demonstra a ordem e
a dignidade dela. “Gênesis 1.1-2.3 apresenta a ordem criada como
resultado da atividade intencional da
parte do Deus único.
·
A único Deus o verdadeiro Deus,que contrasta com o s
deuses pagãos. Até por que, a
·
descrição de Deus como Criador auto-existente, solitário e auto-suficiente
difere gritantemente de outros relatos antigos da criação.
·
multiplicidade de deuses do paganismo assim, uma
divindade era multipessoal, em geral ordenada e equilibrada, mas às vezes
caprichosa, instável e temerária. O texto de Gênesis 1 combate tal concepção de
divindade.
·
Ela
retrata a natureza surgindo de uma simples
ordem de Deus, o que é anterior a ela e dela independente.
·
Outro detalhe sobre a Singularidade de Deus como
Criador é estampado no uso do termo hebraico bärä’, que descreve sua ação
como trazendo a criação do nada. Em Gn.1.1 não há qualquer indicação
de matéria pré-existente que Deus teria formado, antes “afirma que Deus criou,
(bärä’) sem nenhum esforço, todo o universo e tudo o que nele há. Assim, “o
termo hebraico bärä’, ‘criar’, é uma palavra chave, sendo empregada seis ou sete
vezes no relato da criação. Essa palavra tem Deus como seu único sujeito no
Antigo Testamento, e não se fez nenhuma menção do material a partir do qual se cria algum objeto. Ela descreve um
modo de agir que não possui analogia humana. Só Deus cria, assim como só Deus
salva.
Deus é Soberano:
·
Gênesis diz: “Pelo fato de ter sido colocado
logo no início dos 66 livros, Gênesis nos faz dobrar os joelhos em obediência reverente diante de Deus, por
exibir perante os nossos olhos, e trovejar em nossos ouvidos, aquela verdade que deve ser aprendida antes de todas as outras em nosso trato com
Deus, em nossa interpretação da história e em nosso estudo da revelação
divina, a saber A SOBERANIA DIVINA.A
soberania de Deus é observada em quase todos os eventos apresentados nesse
livro.
·
Ele é o Criador Soberano, o Juiz soberano sobre
o pecado do homem, na punição de Caim, no Dilúvio, em
Babel.
·
Ele é o Soberano na separação e eleição de Abraão como herdeiro das promessas. Não
havia qualquer característica em Abraão digna da atenção de Deus, mas em Sua Soberania
Deus o separa para dele fazer uma grande nação. O Senhor escolhe a Abrão da mesma maneira como decide criar os céus e a
terra, ou seja, a partir da liberdade absoluta resultante de ele ser o
Deus único, todo-suficiente e independente.Toda a história dos patriarcas é uma demonstração da Soberania de Deus:
·
Abraão é eleito soberanamente por Deus;
·
Isaque é mantido soberanamente por Deus;(
como o
filho da promessa, em detrimento da escolha de Ismael.)
·
Jacó o mais relutante de todos, demonstra
a Soberania de Deus na Preservação de sua Promessa feita a Abraão e
·
em
José podemos observar a Soberania de Deus no controle das situações para
formar um povo Seu em meio a um tempo de crise. YAHWEH é mais do que capaz de
suplantar para Seus propósitos de bênção e bem estar para o povo de Sua aliança.
Deus é Justo:
·
No trato com a humanidade desde a Criação, Deus
demonstra sua habilidade para exercer sua Justiça. Na retribuição justa de Gn.3
vemos que Deus é severo no trato com o pecado e na imposição das punições para
cada um dos participantes da rebelião contra Ele no Éden. Entretanto, é
importante lembrar que quando Sua
bondade original foi desprezada no jardim do Éden em troca da independência que
as criaturas queriam dele.
·
Aí foi Deus quem tomou a iniciativa de buscar o
homem (3.8, 9), de prometer a vitória definitiva sobre a serpente pela semente
da mulher (3.15) e remediar a nudez e a vergonha do primeiro casal.
·
No exercício de sua Justa punição, Deus não deixou de manifestar sua Graça
Salvadora: O maior prejudicado na queda foi o próprio Deus, pois Ele mesmo
assume as piores conseqüências da Queda e doa-se em amor ao mundo.
·
Da mesma forma o dilúvio revela Sua Justa retribuição à intenção do homem em
contraposição à Lei Divina. Em sua Justa Soberania, Deus estabelece o juízo
da rebeldia dos homens e os sentencia à morte no Dilúvio.
Entretanto, temos que lembrar que Ele mesmo ofereceu 120 anos para o
arrependimento dos seres humanos em demonstração de que age com
paciência. Isso sem contar que Deus havia deixado um modo para que os
homens pudessem ser libertos dessa punição, pela fé na instrução que havia dado a Noé (Hb.11.7). Assim, tanto a
Paciência quanto Graça são observadas no exercício da Justiça de Deus.
·
Três coisas são essenciais a um bom juiz: autoridade e soberania; decisões justas
e imparciais..A justiça de
YAHWEH de conformidade com o homem com o
padrão de conduta prescrito pelo Criador.
Deus é Gracioso:
·
Pelo contrário, ele opera exclusivamente em
benefício do mundo que não tem intenção alguma de fazer o que é certo.
Neste caso a eleição demonstra a misericordiosa bondade de Deus com o mundo. O caráter
divino continua intacto, acentuando a sensação que o leitor tem de respeito
e expectativa diante do futuro. Deus não opera sua disciplina para com Jacó,
que demonstra em sua história não manter uma padrão de conduta em nada parecido
com o do seu pai? O fato mais consolador é que Deus não mudou seu
propósito, promessa ou poder.
·
Ló é preservado pela graça (19.1-31), Isaque é
poupado pela graça (cap.22), Jacó é escolhido por graça (25.19-23; cf. Rm.9.11,
12), assim como toda a família patriarcal é libertada da corrupção e
miscigenação em Canaã pela provisão graciosa que YAHWEH lhes faz de José como
vice-regente do Egito (caps.37-50.
Deus é Único:
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Em oposição ao conceito do Oriente Médio Antigo,
Gênesis apresenta um Deus que é Único, nenhuma outra divindade questiona o
direito divino de criar; nenhuma outra divindade ajuda Deus a criar nem
se opõe à sua atividade criadora. Desde
o princípio, ou desde a origem do tempo e da história, só Deus existe ou age.
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o Israel antigo entendia que seu Deus era um
(indivisivo), como todos os atributos e poderes da divindade em si mesmo,
governando todas as esferas da existência.
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A singularidade de YAHWEH aparece em cores ainda mais brilhantes no fato de que Ele é
um Deus que, apesar de transcendente e
todo-poderoso, busca um relacionamento com Suas criaturas e a
elas Se revela.
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Ele estabelece alianças (Gn:9.8-17/15.9-21/17.1-27) e garante seu cumprimento ao prover e proteger milagrosamente a semente que havia prometido
(18.13-15/22.15-18/ 25.21).
“E SUBIU o anjo do SENHOR de Gilgal a
Boquim, e disse: Do Egito vos fiz subir, e vos trouxe à terra que a vossos pais
tinha jurado e disse: Nunca invalidarei a
minha aliança convosco.” Juízes - 2:1-Bíblia Sagrada
Observação Importante:
Agradeço ao irmão que disponibilizou este estudo na net e nos dá a oportunidade de modificá-lo,adequando à outra realidade ,e aprendermos muito com ele.